sábado, 21 de novembro de 2020

 Eu poderia falar

do seu belo 

e ardente corpo,

do teu sorriso,

das tuas pernas

dos teus lábios

sempre pintados.


Eu poderia falar

da tua bunda,

da tua buceta

e até 

dos teus seios nus

na tela do celular.


Mas

sabe o que me faz

te admirar?


O jeito

que você beija

a liberdade.


A liberdade

de ser exatamente aquilo

que te disseram

para não ser.


Você é linda,

você é gostosa,

você é quente.


E

o que faz

tudo isso

ganhar sentido

é que você

é livre.


.


- Arthur Diogo


.


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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Meses  se passaram.
Mensagens incompreendidas....
Palavras não ditas....
Ou ditas sem pensar.

Alguns dias que findaram.
Em brigas sem sentido....
Em choros sem medidas...
E ciúmes para abalar.

Mil instantes que encantaram
Ternura e beijos dados...
Cheiro e calor trocados...
E o coração a palpitar!

Dois corpos que se amaram!
Carinhos recíprocos...
O prazer dividido...
E o gozo a nos queimar.

Marcas que ficaram!
A Saudade e o querer mais...
Os momentos imaginados...
E a vontade de sempre estar...

Gismeire H. Andrade   17/06/2020
Momentos

De repente fui capaz de me despir
Do  medo, do preconceito e do pudor
Me deixar em seus abraços acolher
E receber seu gostar do jeito que for

Foram momentos  para dividir
abraços, beijos e intenso calor 
De gozo, loucura e doce prazer
De carinho, companhia e certo amor.

E que talvez só possam existir
Nas miragens das tardes de calor
Nos devaneios, ao adormecer
Ou nos sonhos cheios de torpor

Neles eu consigo te sentir,
te beijar , te tocar e dar meu calor
Entregar meu corpo e no gozo estremecer
E assim loucos de prazer, fazemos amor.

Acordada me resta imaginar e sorrir
Lembrar do seu cheiro e seu sabor
Saber que não posso te  ter
E guardar nossos momentos ... seja como for.

Gismeire, 17/05/2020

sábado, 16 de março de 2019

José




E agora, José?

A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?


Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

(Carlos Drummond de Andrade )

Um dos maiores e mais conhecidos poemas de Drummond, "José" exprime a solidão do individuo na cidade grande, a sua falta de esperança e a sensação de estar perdido na vida.
Ele mostra o sujeito lírico se interroga repetidamente acerca do rumo que deve tomar, procurando um sentido possível.
José, pode ser entendido como um sujeito coletivo, simbolizando um povo. Assim, parecemos estar perante a realidade de muitos brasileiros que superam inúmeras privações e batalham, dia após dia, por um futuro melhor. Poema que vem muito a calhar nos tempos atuais!

domingo, 24 de junho de 2018

Depois de tanto tempo, resolvi retomar minhas postagens.
Escolhi dois  dos mais belos poemas de Fernando Pessoa!

NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.




DORME SOBRE O MEU SEIO…

Dorme sobre o meu seio.
Sonhando de sonhar…
No teu olhar eu leio
Um lúbrico vagar.
Dorme no sonho de existir
E na ilusão de amar.

Tudo é nada, e tudo
Um sonho finge ser
O espaço negro é mudo.
Dorme, e, ao adormecer,
Saibas do coração sorrir
Sorrisos de esquecer.
Dorme sobre o meu seio,
Sem mágoa nem amor…

No teu olhar eu leio
O íntimo torpor
De quem conhece o nada-ser
De vida e gozo e dor.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Dois lindos poemas de Mário Quintana

 

Amor é síntese

Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...

Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor. 

(Mário Quintana)

[Quem Sabe um Dia]

Quem Sabe um Dia

Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que

Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar

Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia

Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois

Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois

Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois

Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois

Viver primeiro, morrer depois

(Mário Quintana)

domingo, 18 de setembro de 2011

Adoro



Adoro

Adoro o seu olhar,
Seu brilho nos olhos
E a paz que ele transmite.

Adoro o seu jeito criança,
Seu sorriso ingênuo
E a alegria que ele irradia.

Adoro seu pensamento otimista,
Seu coração cheio de esperança
E seu espírito aventureiro.

Adoro seu jeito dengoso,
As vezes travesso,
Que me enche de mimos.

Adoro a paixão estampada em seu rosto.
Seu ar malicioso,
que demonstra seu desejo.

Adoro sua forma de amar,
Seu carinho sem igual
E sua entrega total.

Gismeire Hamann Andrade  maio/2011